
ARTE & FATO
Arte e Fato é um portal hipermidiático criado com o objetivo de reunir um pouco das manifestações artísticas que estão presentes em nosso cotidiano para que você entenda que arte pode nos transformar.
O IMPACTO DA ARTE
Thais Teles
"A mais bela experiência que alguém pode viver é o mistério. É ele a verdadeira fonte da arte e da ciência. Quem não se emociona, quem já não possui o dom de maravilhar-se, mais valia que estivesse morto, porque os seus olhos estão fechados". - Albert Einstein

Quando não expressamos os sentimentos com palavras, falamos por meio da arte. A arte é uma necessidade. Necessidade de expressão, de equilíbrio e conexão. Pode ser um poema, uma carta, uma música que faz o coração pular de alegria ou faz você cair em lágrimas, uma foto que traz lembranças de algum momento da vida.
José Garcia de Azevedo Júnior, em Apostila de Artes – Artes Visuais diz que são necessários três elementos para existir a arte: o artista, tem o conhecimento concreto, abstrato e individual; o observador, faz parte do público e observa a obra para chegar ao caminho de mundo que ela contém, mas é necessário conhecimento sobre a história para entender a obra; e a obra de arte, a criação do objeto artístico, porque todas as artes tem uma tradução.
“Arte é aquilo que desperta sentimentos dentro de você de uma forma inesperada" - Bianca Pardin.
Como seria o mundo sem arte?
Howard Gardner é um psicólogo cognitivo e educacional americano, conhecido pela sua teoria das inteligências múltiplas defende a ideia de que a arte está intimamente ligada ao desenvolvimento humano, baseando-se no princípio de que toda criança se desenvolve a partir de três sistemas internos de ver, sentir e fazer. O desenvolvimento estético, assim como a linguagem e a lógica, é nato, mas se desenvolve a partir da interação e estimulação oferecidas pelo meio. Ao produzir artisticamente, o ser humano articula e estrutura o sentir e o pensar.
Além de ajudar no desenvolvimento humano, a arte também ajuda na saúde. Um relatório de membros do Parlamento britânico (Creative Health:The Arts for Health and Wellbeing) afirma que a arte como fruição, e especialmente na forma de terapia, tem um impacto evidente sobre a saúde e o bem-estar.
O documento traz um exemplo da universidade inglesa, Royal Halloway University London. Entre 2012 e 2015, foi realizado atividades de “artes da reminiscência” conduzidas por artistas, em que foram incentivados a expressar memórias de formas verbais e não verbais que envolvem criações de obras, como pinturas. Os níveis de bem-estar aumentaram 42% e a melhora foi observável já nos primeiros 50 minutos das atividades.

“O mundo sem a arte seria triste. Pessoas robóticas, sem sentimentos e sem alma" - Antonio Galindo.
Música é arte e nos faz bem

“Arte nos liberta. Imagina guardar os sentimentos para si? Arte ajuda a expressar os sentimentos bons e ruins. Através da escrita ou música você pode se expressar e entreter alguém”, diz a estudante de administração, Beatriz Orçatti, 21 anos.
Música é uma das manifestações artísticas que está presente no dia a dia das pessoas. É expressão dos sentimentos e emoções. É necessário apenas um celular para entrar em um mundo só seu, que faz você se sentir melhor, refletir ou se confortar. É o caso de Antonio Galindo, “Minha música preferida é Immortal, da Marina The Diamonds. Ela fala que a vida vai ter um fim e que você não é imortal, e o que resta é o amor. É uma coisa bem profunda. Isso me traz lembranças. Uma boa parte da minha infância, eu queria fazer conquistar coisas e continuar conquistando, e com essa música, agora realmente percebi, que não vou ter essas coisas no final da vida. Na verdade, essa é a ideia da vida. Você conquista coisas e depois fica de mãos vazias”.
Segundo Marilúcia Bottello, doutora em Ciências da Informação e Mestre em Artes, a tecnologia contribui com a arte. “Tinta a óleo é considerado tecnológico e uma evolução, antes as tintas eram feitas a base de ovo. Como você se sentiria se não pudesse escutar música em nenhum aparelho? Não iria morrer, mas seria ruim. A tecnologia contribui para divulgar, e às vezes, faz parte da obra”, afirma Marilúcia.
“Impossível não existir arte. O ser humano sempre procura uma forma de se expressar" - Cláudia Cipriano.
Arte urbana e museu
Outra contribuição da tecnologia para arte é que instituições, museus e pessoas podem divulgar os seus trabalhos e convidar as pessoas para participarem. Pode ser arte nas ruas ou museu, mas o que as pessoas preferem? Museu é mais valorizado que arte urbana?
Segundo Marilúcia, o museu tem a função de conservar e apresentar a obra. Comparar a arte em museu com a arte urbana é complexo, isso vai depender da escolha do público, mas o museu pode ser mais valorizado pelo ambiente.
É o caso de Nilza Pereira, 27 anos, que prefere ir ao museu por causa da comodidade e do sentimento de segurança. E há pessoas como Cláudia Cipriano, 20 anos, que acha mais confortável ver alguma obra na rua. O estudante de química, Antonio Galindo, 20 anos, diz que a manifestação artística tem pontos diferentes. São dois meios de comunicação que vai tentar atingir o público de alguma forma. O museu é um lugar mais calmo, que dá para pensar e refletir. As manifestações artísticas na rua são para o público geral, para quem estiver passando e no museu já é algo mais pensado e tem o seu público alvo.
Museu ou rua? Isso não importa! Uma apresentação no farol, uma exposição no museu, uma peça de teatro, uma música que mexe com você... O que importa é se sentir leve e bem ao ver, ouvir e sentir. A arte nos impacta de maneiras grandiosas e nem percebemos. Receber flores com um cartão, ler um poema, alguém te dedicar uma música, esses pequenos gestos fazem todos se sentirem especiais.

“Se não existisse arte as pessoas seriam vazias e egoístas" - Liliane Koyanagi.

Paulista: A Arte Nunca Para
O PODER DA ARTE NA SAÚDE
Ivi Garcia


Todas as vezes que falamos sobre arte, vem à tona aquela antiga frase: “A arte é vida! ”, mas você sabe o verdadeiro motivo dessa sentença existir?
As pessoas associam arte apenas como instrumento de conhecimento, mas o que muitos não sabem é que ela também é aplicada como terapia e tratamento na vida de inúmeras pessoas, principalmente nas que encaram algum problema de saúde ou doença.
Além de lidarem com os problemas físicos, essas pessoas precisam lidar com o emocional, que é o primeiro a ser abalado e através das atividades artísticas realizadas adquirem momentos de autoconhecimento. De acordo com a psicóloga Margarete Fonseca, a arte terapia é capaz de resolver problemas e traumas, além de ajudar o paciente na socialização, trazendo melhoras no processo cognitivo. “O auxílio psicológico é o reconhecimento dos conflitos, fazendo a pessoa agir e pensar de forma positiva sobre a doença e no físico é a redução da pressão arterial e da ansiedade, melhora na imunidade, além de amenizar qualquer dor”, diz.
Atividades artísticas
A maquiadora de 22 anos, Caroline Guccione, encontrou na arte terapia uma forma de passar por cima da depressão que chegou tão cedo na sua vida.
A doença fez a jovem ter diversas decepções consigo, sem notar que isso estava se agravando. “Mesmo com todos os tratamentos possíveis, as atividades artísticas foram o que me resgatou do fundo do poço, é como se eu tivesse levado um empurrão dela para enfrentar a doença e me libertar”.
Caroline realiza aulas de desenho, faz maquiagens sociais e artísticas, além de usar da escrita em um blog para encorajar diversas pessoas que passam pela mesma situação.
Todas essas atividades fizeram a Carol, como gosta de ser chamada, focar em situações que agregam positivamente na sua vida e lhe trouxeram a felicidade de volta, fazendo-a se sentir mais empoderada. “Não vejo outra forma de passar por essas situações patológicas sem inserir a arte nesse processo, que confesso, é muito doloroso”.
Assim como a Carol, Beatriz Rodrigues, de 16 anos, também utiliza da arte terapia, mas para auxiliar no seu desenvolvimento pessoal, porque ela é portadora da síndrome de down.
Desde muito pequena a filha da Maria Aparecida Catirse faz a chamada terapia ocupacional, que estimula a criança a explorar os 5 sentidos do corpo humano, com o objetivo de melhorar a desenvoltura, uma vez que os portadores da síndrome de Down possuem mais dificuldades. Além disso, os professores e médicos também incentivam a jovem a produzir artesanatos, realizar aulas de dança e teatro.
O tratamento com a arte não trouxe apenas benefícios físicos e psicológicos para a Bia, mas de acordo com a Cida, ele deu um significado a mais na sua vida. “Ela sabe que todas as atividades deram a sua inclusão na sociedade, quebrando muitos preconceitos, podendo se expressar sem medo, sorrir, representar, criar e desenvolver”.
A psicóloga Margarete explica que a arte terapia usada de forma correta para pessoas portadoras da síndrome de down, possibilita executarem sozinhos os trabalhos dentro de suas limitações, seja manual, intelectual ou movimentos físicos, resultando a superação em alegria.
O uso da arte como tratamento começou no final do século 18, mas só foi reconhecido no Brasil no ano de 1920, através dos psiquiatras Osório Cesar e Nise de Silveira que denominaram como arte terapia.

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Pessoas que comparecem a pelo menos um evento artístico no ano tem chances acima de 60% de afirmarem que são saudáveis em comparação com quem não participa.
- Conselho de Artes da Inglaterra.
Arteterapia nas profissões

A pedagoga, Karoline Ramos, leciona para crianças autistas a partir de 4 anos e para ensinar as disciplinas escolares ela utiliza da musicoterapia, oficina de brinquedos, pinturas, entre outras atividades artísticas.
Existe diferença em ensinar as disciplinas através da arte e a professora diz que isso melhora o convívio entre professor e aluno. “Podemos conhecer melhor as particularidades da criança, porque o autista não consegue expressar seus sentimentos, gostos e emoções com facilidade e através da arte eles podem transmitir melhor essas sensações. ”
A criança, principalmente a autista, acaba se expressando melhor através da arte, apresentando maiores rendimentos em vários níveis de desenvolvimento, canalizam as energias, tem mais foco e prazer nas atividades de acordo com a psicóloga.
Ensinar as disciplinas escolares com ajuda da arte, proporciona uma melhor qualidade no ensino para essas crianças e também acaba sendo uma terapia na vida da professora, por permitir o inter-relacionamento entre o meio artístico com o conhecimento.
Assim como a pedagoga, a Fabiana Cardoso da trupe Olhar do Palhaço, conhecida como Bafi nas unidades do Hospital São Paulo e na Hemodiálise Pediátrica, leva o riso e a esperança para os pacientes que se encontram com doenças como o câncer, uma forma de amenizar o clima difícil das preocupações.
Qualquer mão que se estende a alguém que não vê mais “luz no fim do túnel”, pode ser o que faltava para tirar essa pessoa do desespero, por esse motivo Bafi se doa de coração e alma para quem realmente precisa. “Estar em contato com pessoas que, aparentemente, estão em situações piores que as nossas, nos ensina, nos fortalece e essa troca de energias em favor do próximo, é que faz o mundo, para mim, ter sentido. ”, diz.
Na visão da psicologia a arte é capaz de trazer a cura, pois proporciona um conforto, mas não prolonga a vida de pessoas que se encontram com doenças em fases terminais, porque por vezes o indivíduo não tem mais condições físicas para a continuação do processo.
Para Bafi o universo do palhaço sempre tem uma saída, na falta de uma mão tem a outra, se não dá para andar, engatinham, se a dor vem, eles esperam passar e enquanto esperam, brincam, para mostrar que tudo vai ficar bem, mesmo sabendo que o amanhã pode não chegar.

Arte como hobby
O cansaço, estresse, a correria e até a vida monótona fazem as pessoas procurarem por algo que façam esquecer todos os problemas por alguns minutos e se renovarem.
Muitos encontram esse prazer de “desligamento do mundo” cozinhando, outros na academia, outros viajando e alguns até dormindo, mas sempre tem aqueles que encontram na arte tudo o que precisam. É o caso da Karoline Ramos, que além de dar aulas utilizando da arte, nas horas de descanso ainda recorre as atividades artísticas como hobby, assim como a estudante de letras, Marina Meier, aonde ambas encontram um momento só seu e de se desligarem da rotina.
Marina encontrou no teatro seu refúgio desde 2008, assim como Karoline, mas depois de alguns anos a pedagoga decidiu se dedicar apenas as artes plásticas.
As atividades artísticas são uma forma de proporcionar o prazer para a pedagoga, trazendo equilíbrio, desafios, mostrando informações novas, interação e cultura.
A estudante de letras é da mesma opinião da pedagoga e acredita que todas as pessoas deveriam ter um hobby voltado à arte. “Através das atividades artísticas você consegue conversar com seu eu, acreditar mais em si e talvez as pessoas tendo essas atitudes fariam do mundo menos cruel.”, explica a jovem. O hobby artístico se tornou uma terapia na vida da Marina, pois ajudou a superar a depressão que chegou de forma inesperada na sua vida.
A jovem utiliza da arte para estagiar com crianças especiais e para realizar trabalhos voluntários, levando alegria nos lugares mais tristes dos hospitais, como a Bafi.
Todas as pessoas citadas nesse texto concluem que o significado de arte é vida, afinal foi isso que se tornou a delas.


EDUCANDO COM ARTE
Em uma folha qualquer é possível desenhar um sol amarelo, criar um castelo e outra coisa que aparecer na mente. A arte pode ser tudo, basta prestar atenção ao seu redor. Hoje, mais do que nunca ela está presente nas escolas. Em 3 de maio de 2016, uma lei foi aprovada para ter o teatro, as artes visuais e a dança incorporados ao currículo do ensino básico brasileiro, permitindo assim com que crianças possam aos poucos entender melhor sobre o mundo artístico.
Para a estudante de uma escola pública, Marcela Nogueira de 10 anos, a arte não é explicada muito. Segundo ela a professora apenas coloca uns desenhos na lousa e pede para os alunos replicarem, além de citarem alguns nomes famosos de artistas sem aprofundar o tema. “Eu gostaria de saber melhor o que é a arte e ter atividades mais legais. Hoje em dia eu só pinto, e tenho curiosidade em saber esponjar, esculpir”, completa a garota que com pouca idade já sabe tanto sobre o assunto.
João Gabriel Bastos, de 13 anos, estudante de escola particular, conta que aprende desenhos geométricos e que não entende o porquê de isso estar em sua grade. “Para mim isso deveria estar sendo ensinado em matemática. Eu nunca tive uma aula de desenho”, completa.
Simone, que é professora em uma escola pública, conta que “as aulas são baseadas de acordo com o conteúdo do livro didático e caderno do aluno disponbilizado pelo Governo de São Paulo”. Podemos notar a diferença já na grade da escola ao compararmos com o relato de Márcia Lopes, professora de ensino básico até o médio em uma escola particular, que consegue ensinar para os seus alunos linguagem musical, linguagem da dança, linguagem do teatro, artes visuais, linguagem hibrida e linguagem convergente.
Não é nenhuma surpresa que a arte ainda necessita ser enraizada em nossa cultura desde o começo de nossas vidas.
Para Simone, as escolas públicas são as mais necessitadas de apoio “falta condições de espaços e recursos”, completa. Já para Márcia Lopes a arte ou arte educação tem que ocupar seu verdadeiro espaço no ensino. “Os seus objetivos são desenvolver a percepção visual, tátil, corporal, a comunicação e a criatividade. Esses objetivos são valiosos”, segundo ela.
Giovanna Favero


“A arte é uma disciplina que valoriza o ser educando e que incentiva a ser criativo”. - Márcia Lopes

O Censo Escolar 2016 apontou que existem cerca de 81% dos alunos da Educação Básica em escolas públicas, sendo que 21,8% dessas crianças e adolescentes estão em níveis socioeconômicos (NSEs) baixo, muito baixo ou médio-baixo. Em outras palavras, grande parte do futuro do país integra um segmento populacional com acesso limitado a bens culturais, sem meios para adquirir ingressos para manifestações artístico-culturais.
Com isso, a arte desde muito tempo é considerada um manifesto da nobreza. Para Márcia, o mercado capitalista fez com que a arte de diversas formas, como eventos, shows, mostras, bienais e outros, virasse um produto de lucro no mundo corporativo. “A arte na contemporaneidade, nesse meio de globalização, se ajusta como um produto industrial. O artista visa a venda e por isso atende o gosto da maioria, visando como objetivo final o lucro”, acrescenta a professora.
Hoje em dia com as distrações cada vez mais presentes, é necessário saber se posicionar e criar uma aula dinâmica. “Eu como arte-educadora tenho que acreditar que a minha aula vai em algum momento despertar algo positivo na vida do meu aluno, contribuindo de alguma maneira”, conta Simone. A professora grava vídeos explicativos para prender a atenção do aluno e assim oferecer um maior entendimento.
Arte é uma forma de se expressar com sentimentos em desenhos e músicas " - João Gabriel Bastos.
Mas nem tudo é tão colorido assim! Existe muito preconceito nessa área. "Arte é perfumaria ou seja, arte não é importante como matemática ou língua portuguesa, é só um detalhe”, conta Simone sobre o que ouve dos próprios colegas de profissão. Para Márcia o preconceito é o mesmo. “Tenho certeza que isso é falta de conhecimento, ignorância sobre o que realmente é arte”, afirma.
A arte é tão valiosa que não precisa se ter um dom necessário para praticá-la. Márcia explica que seu método de avaliação é “objetivo, criação, originalidade e estética”. Para cada tipo de arte existe um critério avaliativo. Simone se diz bastante crítica, “gosto de criatividade, dedicação e capricho nas atividades, mas respeito os alunos que tem dificuldade, pois nem todos têm talento, ou seja, aptidão em arte.”
Muita coisa mudou. Para Márcia, hoje essa disciplina permite que os alunos não apenas conheçam as manifestações culturais da humanidade e da sociedade, mas também soltem a imaginação e desenvolvam a criatividade, utilizando os equipamentos e ferramentas a sua disposição. E é isso o que Simone está fazendo com suas aulas: “Hoje com a tecnologia, posso preparar uma aula com slides no data show, fotos, vídeos tirados do YouTube, etc.”
MULHERES NA ARTE
O acesso das mulheres aos altos cargos, tanto no mundo dos negócios como no da arte, é difícil. Dados de março de 2017 (IBGE) mostraram que apenas 37% dos cargos de direção e gerência no mundo dos negócios são ocupados por mulheres. Já nos comitês executivos de grandes empresas brasileiras, o número é ainda menor, cerca de 10%.
Em 2006, o relatório do Ministério da Cultura e da Comunicação sobre a igualdade de oportunidades, apontou a desigualdade na distribuição de cargos de chefia entre homens e mulheres nas principais instituições culturais. Segundo o relatório, homens representam 92% dos diretores de teatro dedicados à criação dramática, 89% dos dirigentes de instituições musicais e 86% dos diretores de estabelecimentos de ensino de arte.
Nos últimos cinco anos, no Museu do Chiado, em Portugal, apenas 4 mulheres estiveram entre os 25 artistas com novas peças incorporadas à coleção. No entanto o cenário parece estar melhorando em 2017, das quatro exposições solo do museu, duas são de mulheres, além de exibir uma coleção sobre a relação entre identidades de gênero, arte e sexualidade a partir de obras inéditas de Ana Pérez-Quiroga e João Pedro Vale.
O cenário artístico ainda não é igualitário, porém é possível encontrar grandes referências femininas, mulheres como Nina Pandolfo, que além de apresentar um trabalho original, se destaca em um segmento ainda bastante masculino, o grafite.
“No começo ouvia que o meu estilo de grafite não era realmente grafite, mas isto não me abalou".
Nina Pandolfo nasceu em 1977 em São Paulo, começou a grafitar em 1992, e se tornou uma das pioneiras da street art no Brasil.
A artista trabalha com pinturas em muros, telas, instalações e objetos feitos com diversos tipos de materiais, como látex, plástico, etc. Nina faz parte do grupo que levou o grafite às galerias de arte e museus.
Desde pequena ela desenhava e pintava, fazia pequenas telas e coloria tudo em que via a possibilidade de transformar. Além de quadros, também pincelava sua arte folhas, pequenos troncos e pedras, sempre buscando novos suportes. Com 13 anos começou a fazer curso de teatro, voltado ao teatro de rua. O que a fez olhar para a rua como um suporte não somente para o teatro, mas também para suas pinturas. Foi então que Nina descobriu o grafite e começou a pintar.

Sara Alves

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Ela sempre desenhou bem, mas decidiu se especializar e fez um técnico de comunicação visual no Colégio Carlos de Campos entre 1992 e 1995.
Em 2002, fez sua estreia no exterior, com quadros na galeria Die Farberie, em Munique. Desde então, atuou em exposições e projetos na Espanha, Cuba, Estados Unidos e Índia.
Suas principais inspirações são a infância e a natureza, “a infância é onde tudo é possível, tudo é mágico, tudo é mais leve e alegre, como deveria ser na fase adulta”. Para ela a infância é onde os sonhos são reais.
Sua ligação com a natureza é grande, “amo poder observa-la, com todos seus mini detalhes, sua exuberância em cores e delicadeza”. Além desses dois pontos de influência, moda e sonhos também inspiram sua arte.
Seu objetivo é mostrar que a vida pode ser vista de um ângulo mais simples, com mais esperança, amor e sinceridade, e que as mesmas imagens podem ter diversos significados.

A arte me faz viajar por um universo lúdico, colorido, perfumado onde tudo é possível, onde uma girafa pode voar como um beija-flor, onde um pássaro pode ser do tamanho de uma menina. Tudo é muito mágico!

ARTE COMO CRÍTICA SOCIAL
"O rap é compromisso, não é viagem" - Sabotagem.
Mais que um estilo musical, o rap é arte e propõe uma reflexão e compreensão da nossa sociedade a partir da inserção do ouvinte à cenários que envolvem relações sociais históricas.
Os rappers deixam em evidência mensagens que representam identidades de resistência, ou seja, são músicas compostas a partir de críticas sociais e que buscam denunciar os problemas enfrentados pelas classes menos privilegiadas.
Em conversa com o sociólogo Rafael Colavite, ele explicou que a presença do rap em sua proposta de postura e ideologia tornam claras muitas contradições vivenciadas pelos cidadãos, especialmente por aqueles que não possuem direitos garantidos como habitação, saúde, transporte, educação e principalmente segurança.
Rafael revelou ainda que o rap assumiu uma função importante, que é a de esclarecer essas questões sob o ponto de vista de quem as sofre, e que isso torna impossível ignorar a necessidade de transformações políticas mais eficazes para a garantia da qualidade de vida e dignidade humana.
Apesar da proposta desse gênero musical ser em princípio uma crítica à sociedade, ainda há muito preconceito com quem o faz.
Giovanni Simonato Batistioli, conhecido como MC Gio, acredita que apesar da sociedade aceitar o rap através da mídia - por ser altamente rentável - qualquer manifestação da voz jovem ou periférica sempre será má vista.
"Os interesses [das classes sociais] são muito diferentes, o que nos resta fazer é acreditar, trabalhar e escrever com responsabilidade e não sucumbir a uma crítica sem fundamento." - MC Gio.
Quando tinha 12 anos, Gustavo Goldoni, conhecido como MC Gold, se identificou com o rap através da rima ainda na escola. Gold perdeu a mãe vítima de infarto e decidiu fazer um poema. Incentivado pelos amigos e pela revolta começou a fazer rap como forma de desabafo e crítica social. Ouça o depoimento do MC abaixo.
A elaboração de um rap se dá através de elementos básicos como o verso, estrofe e rima. Há também um padrão de fala específico presente na composição que permite identificar a diversidade de uma língua falada por um grupo social e o modo adotado pelo rap é resistente às normas cultas de linguagem.
Em muitos casos a música é uma grande difusora de ideologias, comportamentos e posturas. Emerson da Silva é crítico musical e nos contou que em relação as letras e melodias cada compositor têm um segmento e que o som influencia as pessoas de determinadas formas. "Algumas músicas são apenas para entreter e outras para conscientizar. A visão política, religiosa e social dos músicos influi diretamente em quem ouve e é impossível negar isso sobre o ouvinte".
Portanto, quando usada intencionalmente a música em forma de crítica social possui um poder de transformação formidável.
"Isso confortava meu coração, fazer rap é uma terapia pra mim." - MC Gold.

Rap é compromisso
Julia de Paula












A presença feminina é muito grande nos trabalhos da artista, que cresceu em uma casa com 5 mulheres, essa numerosa presença de mulheres é refletida em suas obras.
Na percepção da artista, a presença das mulheres no espaço artístico vem aumentado, “não somente no meio do grafite, mas em muitas outras áreas, acredito que elas têm acreditado mais e mais em seu potencial”. Agora com 40 anos, Nina relembra que no começo da carreira recebia críticas ao seu estilo de grafite, e que presenciou homens que se achavam melhores que as demais grafiteiras e as subestimavam, mas que nada disso a abalou ou fez com que desanimasse.
Diversos momentos de sua carreira a marcaram, como a publicação de livros sobre seu trabalho, participações no exterior, e ter feito parte do Projeto Grafite na Escócia em 2007, no qual o conde de Glasgow convidou quatro grafiteiros brasileiros para criar uma obra de arte em parte da construção. O projeto gastou 1,5 mil latas de tinta spray para decorar a construção do século 13.
Nina se sente completa quando está fazendo arte, “quando estou pintando é como mergulhar em uma profundidade onde você pode ver e interagir num outro mundo, onde as cores são exuberantes e os sons mais calmos”. Seu conselho para mulheres que também querem trabalhar na área é nunca desistir.

$OBREVIVENDO DA ARTE

Fabio Groeschel

É difícil, mas não impossível.”
É com esse pensamento que Maria Avelar de Souza, de 40 anos, leva a vida como artista. Ela se orgulha em dizer que conquistou sua independência financeira com as obras que vende aos domingos, no Parque Ipiranguinha, em Santo André. Desde 2005 Maria comercializa seus quadros pintados com a técnica da aquarela, dando vida às telas e lucrando com isso.
“Meus quadros me dão liberdade. Tanto financeira quanto emocional. Vivo apenas disso e consigo tirar um dinheirinho no final do mês. Tenho peças que vão desde R$40,00 até R$250,00. Tudo depende do tamanho, do desenho, do formato. Tem para todos os gostos e bolsos”. Por mês, ela estima que receba entre R$1.500,00 e R$2.000,00.
A crise econômica que assola o país, também teve seu impacto negativo para ela. “Os últimos dois anos foram mais difíceis, o pessoal deixa de comprar o que comprava antes, quando tem que cortar algum custo, sempre sobra pra arte” lamenta a pintora. Mas ela garante que quem gosta mesmo, compra. “Tenho uma clientela fiel, de muitos anos. Vou me mantendo. Ainda está dando tudo certo”.
Sobreviver da arte faz total sentido para Douglas Alfini, de 31 anos. Douglas é empresário, sofreu de depressão há alguns anos e afirma que a arte foi a principal responsável por salvar sua vida “Me sentia muito estressado, tava perdendo a alegria na vida, não estava satisfeito com os resultados no trabalho e acabei entrando em depressão. Depois de algum tempo alguns colegas sugeriram que eu desenhasse o que estava passando como forma de me expressar. Nunca soube desenhar então comecei a escrever e aí tudo mudou” relembra o agora escritor amador.

“Botei minhas frustrações no papel e agora escrevo contos que falam de tudo, assim comecei a me sentir melhor. Hoje considero que estou curado e feliz.”
Douglas está prestes a lançar um livro de contos por via de uma editora do Rio de Janeiro. “Mandei para várias editoras mas apenas duas aceitaram, essa foi a que me fez a melhor proposta.” O livro terá uma tiragem inicial de apenas 50 cópias mas Douglas já pensa grande. “Quem sabe não fico famoso e passo a viver disso?”
Viver apenas da arte é uma conquista que Hamilton de Oliveira obteve há alguns anos. Mesmo não tendo horário fixo de expediente, ele procura levar a sério sua agenda. Acorda cedo, prepara sua mesa e separa as peças que recebera de “incentivadores” nos dias anteriores. A partir daí sai tudo de sua cabeça e de sua habilidade no corte, montagem e colagem de madeira. Tal talento foi desenvolvido devido ao antigo ofício de marceneiro, que agora é passado.
“Gostava do que fazia mas não podia criar. Era tudo sob encomenda, do jeito que o cliente queria e pedia. Eu queria mais, as vezes colocava um detalhe ou outro em algum móvel e comecei a ouvir reclamações. Aí vi que o meu mundo era o da arte mesmo” comenta o agora artista de rua de 54 anos. Hamilton constrói brinquedos, móveis e outros objetos utilizando a madeira como matéria-prima.
Todas as peças produzidas por ele estão à venda em uma outra feira, na feira de “Arte, Artesanato, Antiguidades, Comidas e Bebidas Típicas” realizada no Munícipio de Santo André. Enquanto Hamilton prepara as peças, as vendas ficam por conta de sua esposa Vera de Oliveira, 48 anos. “Esse foi o jeito que dei pra ajudar ele. Era dona de casa e agora virei vendedora, e até que eu levo jeito pra coisa, viu?” destaca a agora comerciante. O casal conseguiu uma vaga para expor sua arte às sextas-feiras na Praça do Carmo, mediante a requisitos descritos em Edital do Departamento de Cultura da Prefeitura. “Foi uma burocracia danada” desabafa Hamilton, “Mas o retorno está valendo a pena. Estamos conseguindo manter a casa, pagar as contas e ainda pensar numa viagenzinha nesse final de ano” destaca o satisfeito ex-marceneiro.
Os piores inimigos para Hamilton são os camelôs. Além de estarem irregulares nas feiras, os comerciantes acabam por vender produtos oriundos da China, Paraguai entre outros países. Barracas com brinquedos, eletrônicos, roupas, artigos de decoração e etc. dividem o espaço com os artistas de rua em algumas localidades. Como são fabricados em escala industrial, são mais baratos, mas falta identidade. “O que não pode é ter esse tipo de coisa na rua, dificulta as vendas, o pessoal acaba comprando deles por ser mais barato, mas não tem a qualidade e o toque do artista daqui” desabafa.


Sem fronteiras
Não muito longe dali, cerca de três ou quatro “barraquinhas” de distância, está Leandro Silva, o “Le das Artes”, como gosta de ser chamado. Leandro comercializa seus bonecos feitos de alumínio e também vive apenas do que vende e produz.
Utilizando como matéria-prima o alumínio de latas e outros materiais que coleta ele mesmo pela rua, “Le” monta bonecos de várias formas e tamanhos. “Hoje eu vivo só da arte mesmo, sempre na luta. Não tenho muito luxo mas nem quero sabe? Hoje sou feliz e isso pra mim tá bom” diz o artista. Há quase 10 anos ele vende sua arte nas ruas, antes em São Paulo, agora em Santo André. “Lá é bom, mas não é tudo o que dizem, pelo menos na minha visão. Tinha muita gente pra pouco espaço, muitas opções. Só de alumínio devia ter uns 10. Agora aqui não, só eu e o outro rapaz ali de cima.”
As coisas parecem estar indo bem para o Leandro, pois o “rapaz ali de cima” é Ronaldo Soares de 34 anos. Ele infelizmente ainda não consegue viver apenas da arte com latinhas, trabalha também como garçom e tem a arte como hobby e complemento de renda.
Leandro ainda diz que falta algo a conquistar como artista. “Quero ir pra fora. Lá a gente é bem valorizado. As vezes passa um gringo aqui e elogia, compra pelo preço que eu falar, sem chorar. Já o pessoal daqui sempre quer um desconto, acha as peças caras. As vezes acaba nem comprando”.
Esse objetivo não é apenas dele. Esse foi um sonho que se tornou realidade para João Victor Fornazare. Ele tem 27 anos, é músico e já esteve em países como Irlanda, Escócia e Argentina e divulgando a sua arte e vivendo disso. Voltou ao Brasil há um ano e agora se apresenta em São Paulo, na Paulista.
João Victor juntou ambos os aspectos para escolher ser um artista de rua. “Eu sempre gostei de tocar, mas foi em um intercâmbio que acabei me tornando um artista mesmo. Me encantei por uma flautista que vi tocando em uma rua de Dublin, quis saber o que precisava para tocar ali e ela me explicou. Fui na hora tirar a minha licença.”
Dublin é a capital da Irlanda e é famosa por “abrigar” artistas de rua do mundo todo. “Comecei a tocar meu saxofone na Grafton Street. Me empolguei tanto no primeiro dia que toquei quase duas horas seguidas e fui logo notificado. O máximo por lá é uma hora” relembra aos risos o músico.
“Acabei largando o curso que fazia por lá, para desespero do meu pai e logo estava me mantendo por lá apenas das ‘tips’ que recebia”. Tips (em inglês) são as gorjetas, que por lá costumam ser boas e ajudam a custear grande parte das despesas no exterior.
João Victor voltou ao Brasil e agora tira seu ganha pão se apresentando na Avenida Paulista aos domingos e nas linhas verde e azul do metrô. “Nem se compara ao que ganhava lá fora, mas estou aqui só de passagem. Quero conhecer mais países e me apresentar para outras pessoas. Quanto mais melhor”.


Em números
João Victor faz parte dos 61% dos artistas de rua músicos de São Paulo, de acordo com dados da pesquisa realizada em 2011 pelo Observatório do Turismo. A pesquisa realizada em parceria com o Instituto Pesquisa, Estudos e Capacitação em Turismo – IPETURIS, aponta ainda que 33% dos artistas de rua em São Paulo fazem isso como fonte de renda e 22% se apresentam na rua por paixão à arte. Em São Paulo se encontra um grande número de artistas de rua. No site podemos encontrar um total de 731 artistas cadastrados e mapeados pela equipe só no município. Esse portal serve de apoio para os artistas pois contém notícias relacionadas a arte, agenda de eventos e espaço aberto para divulgação de contato de cada artista cadastrado.
A SPTuris é uma empresa apoiadora desse projeto, tal qual a cidade de São Paulo. O turista que entrar no site da cidade para procurar opções de turismo, encontra um link para o “artistasnarua” e tem acesso às informações do site.
BUROCRACIA, LEI E ARTE
Alexandre Leoratti
"Era sexta-feira à noite e o nosso evento de arte urbana era no sábado à tarde. Ainda não sabia se a nossa apresentação realmente aconteceria. Precisava de uma série de autorizações da prefeitura”.
A declaração é de Lucio Castro, 42, artista de rua que faz parte do Coletivo de Experimentos urbanos, em São Paulo. Ele ajuda na organização de eventos de arte de rua pela cidade e reclama que o excesso de burocracia e a Lei Orgânica da cidade mais atrapalham ao invés de incentivar a arte de rua.
Para Arthur Toledo, 28,“É uma burrocracia! Não ajuda em nada e dificulta os que querem fazer suas artes. Na minha visão, essa burocracia impede a variedade de apresentações e artistas se apresentando em um parque, por exemplo”
Arthur pratica atividades de origem do circo pelas ruas e praças de São Paulo. Ele complementa que possui diversos amigos que chegaram a ser presos no meio de suas apresentações. “A polícia já se tornou parte das peças”, disse.
Essas são algumas das visões de artistas de ruas sobre a legislação e burocracias que, segundo eles, atrapalham suas atividades. Para a maioria, a arte de rua é a principal fonte de renda de sustento.
Lúcio, por exemplo, é um artista urbano completo. Começou na atividade no teatro de rua, quando era adolescente. Depois, descobriu o interesse pelo circo, atuando como palhaço e praticando outras modalidades. “Na arte de rua ninguém faz uma coisa só, você precisa trabalhar com várias linguagens”, disse. Hoje, aos 42 anos, ele vive de suas atividades artísticas realizadas na rua ou em eventos oficiais.

Ele afirma que uma das principais barreiras sobre a legislação que aborda o tema da arte de rua é a constante mudança de prefeitos. Segundo Lúcio, cada prefeito que entra possui uma ideia diferente sobre o conceito de arte urbana, alterando e atrapalhando o trabalho da classe.
“Temos sim algumas cartilhas de orientações ao artista de rua e também as leis orgânicas da cidade que deixam autênticas as nossas ações. Mas o complicado é que as regras mudam de acordo com a gestão da prefeitura que está no comando do município. Muda de prefeitura para prefeitura.”, afirmou Lúcio.
Para Arthur, uma quantidade menor de burocracias para realizar um evento de arte de rua seria uma forma de incentivar a cultura na cidade. A arte urbana ajudou-o a superar a depressão e hoje, aos 29 anos, é a sua principal forma de sustento. Mesmo após se formar em publicidade e propaganda, ainda decidiu seguir na carreira artística. “A arte de rua é a maneira mais democrática de se fazer arte. Quem está passando pela rua pode parar e olhar, se gostar fica, se não curtir continua andando e segue seu caminho”, afirmou.
“Para montarmos uma estrutura para uma apresentação, precisamos ter a liberação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), autorização da prefeitura e secretaria de cultura. Para liberar espaço que queremos atuar precisamos do alvará de bombeiro e de um laudo de um engenheiro, além disso também é necessário o laudo de um técnico especializado em montagem da estrutura. Para divulgar o evento também é preciso de autorização.”

Esse outro relato é de Júnior Elizeu, 28 anos, artista de rua especializado no circo. Júnior conheceu a arte de rua através de seu esporte favorito, o Skate. Em pouco tempo, quando mais jovem, já estava envolvido com ativismo cultural na cidade onde morava, Bauru, no estado de São Paulo.
Para ele, os processos burocráticos funcionam apenas como uma forma do artista gastar mais dinheiro com suas performances. “É mais trabalho para se realizar, mais gastos e mais dificuldades sem receber uma remuneração por isso”, disse, acrescentando que há locais, como o metrô, onde são proibidas as práticas de arte urbana. “Na teoria podemos fazer arte em qualquer lugar, mas na prática é diferente”, afirmou.
Vira-Lata, 24 anos, é o nome artístico de Thiago, que prefere não revelar seu sobrenome. Ele descobriu a arte de rua através do skate. Logo depois, começou a fazer apresentações no metrô, mas agora prefere realizar seus malabares na rua ou em praças públicas da cidade. “Apesar de nunca ter passado por uma situação desconfortável no metrô, não faço mais apresentações lá com tanta frequência. Há um risco muito grande que eu sei que na rua não vou passar por isso”. O principal perigo, segundo ele, é ser pego pelos seguranças que circulam nas estações.
O jovem artista explica que há linhas e estações mais perigosas e com monitoramento de segurança de forma mais intensa. “Pode ser que haja uma diminuição de artistas de rua no metrô, na minha visão, entretanto ainda há uma galera de resiste”, disse. Vira-Lata já viajou pela maioria dos estados do centro-sul do Brasil realizando apresentações. Segundo ele, a legislação estadual varia muito, alguns estados são mais radicais e outros mais liberais.
Para Júlio Elizeu, o atual modelo de legislação aproxima a arte de rua com a atividade econômica.” Nós temos o chapéu que passamos depois das apresentações que é uma questão da cultura da arte de rua. É uma forma de subsistência. A lei enquadra isso como atividade econômica, fazendo com que seja necessário a emissão de mais documentos”, disse.
Sol, como prefere ser chamada a artista urbana Uruguaia que viaja pela América do Sul realizando apresentações com bambolê, explica as principais diferenças que sentiu na legislação de arte urbana no Uruguai e no Brasil. Em nosso país vizinho, há um extremo investimento na arte urbana, com financiamentos de projetos e equipamentos para os artistas locais.
“Aqui no Brasil vejo uma diferença. Mas como o país é muito grande depende muito do estado onde você está localizado. Em Foz do Iguaçu percebi que há muitos problemas de se fazer arte urbana, por estar perto da fronteira muitos artistas são deportados”, disse a artista, acrescentando que considera São Paulo uma das melhores cidades no Brasil para ser um artista de rua.
A artista agora seguirá viagem para outros estados do país. Ela pretende fazer uma rota até alcançar a região da Amazônia e depois seguir sua viagem para Peru e Bolívia. Sol comparou a situação do Brasil com a Argentina. “Lá também depende muito do estado ou província que você se encontra. Algumas são mais liberais, outras não permitem artistas de rua”, disse.
O QUE A LEI NOS DIZ?
LEI Nº 15.776, DE 29 DE MAIO DE 2013
Art. 2º Compreendem-se como atividades culturais de artistas de rua, dentre outras, o teatro, a dança individual ou em grupo, a capoeira, a mímica, as artes plásticas, o malabarismo ou outra atividade circense, a música, o folclore, a literatura e a poesia declamada ou em exposição física das obras.
As condições para fazer
arte urbana:
permanência transitória no bem público, limitando-se a utilização ao período de execução da manifestação artística;
gratuidade para os espectadores, permitidas doações espontâneas e coleta mediante passagem de chapéu;
não impedir a livre fluência do trânsito;
respeitar a integridade das áreas verdes e demais instalações do logradouro, preservando-se os bens particulares e os de uso comum do povo;
não impedir a passagem e circulação de pedestres, bem como o acesso a instalações públicas ou privadas;
não utilizar palco ou qualquer outra estrutura sem a prévia comunicação ou autorização junto ao órgão competente do Poder Executivo, conforme o caso;
não ter patrocínio privado que as caracterize como evento de marketing, salvo projetos apoiados por lei municipal, estadual ou federal de incentivo à cultura.
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A outra visão
A visão dos artistas parece ser contrária se compararmos com a opinião do vice-presidente da Comissão de Direitos à Arte da OAB São Paulo, Pedro Mastrobuono. Para o jurista, o processo de realizar apresentações de arte de rua em São Paulo “não é um processo burocrático, pelo contrário, está cada vez mais sendo reconhecida como legítima e como bem vinda como manifestação urbana, e encontra sim receptividade e acolhimento na hora dos pedidos de autorização”, afirmou.
De acordo com Matrabuono, cabe ao artista urbano a reflexão se seus atos são de natureza transgressora. “Muitas vezes, o artista não se preocupa com essas questões, ele percebe um lugar que pode manifestar seu trabalho e faz isso lá mesmo”, disse. Para ele, esse comportamento pode trazer dificuldades caso o artista queira exercer direitos autorais na obra em que ele mesmo produziu.
“Se o artista fizer um grafite em uma parede, ou um outro tipo de arte, e isso acontecer em um lugar privado, e sem autorização do proprietário, isso é considerado intervenção de um bem privado”, explicou o advogado.
Mas no meio de tantas autorizações e processos para se realizar uma arte, para quem deve ser encaminhado um pedido de autorização ou documentos que provem a regularização da obra de arte?
De acordo com o advogado, “Se o espaço for da prefeitura, a autorização tem que ser requisitada para a própria prefeitura, se for de administração estadual é na Secretaria da Cultura Estadual”.
TECNOLOGIA É ARTE?

Fernanda Bozolo
Duas categorias que parecem se aproximar cada vez mais com o passar do tempo, hoje, temos um recurso dinâmico e constantemente inovador para explorar de diversas maneiras o interesse do público, transformando nossa percepção sobre a arte.
Os artistas possuem uma nova técnica para transmitir mensagens de temas que consideram relevantes ou não para a sociedade. Tanto os artistas tradicionais quanto digitais utilizam a tecnologia para expressá-la e essa combinação já existe mais tempo do que imaginamos.
Desde que o homem desenha utiliza um tipo de técnica. Os desenhistas e pintores da idade das cavernas usavam barro, tonalidades diferentes de musgo, ceras de plantas e tintas de frutas. Em seguida, surgem as primeiras ferramentas de raspar, cavar e esculpir objetos. Após a revolução industrial e o surgimento das máquinas – como a impressão, as câmeras fotográficas, os computadores –, aparecem novas técnicas e novos profissionais para aplicá-las – fotógrafos, designers, animadores e programadores.
Atualmente, a arte está presente em todos os lugares por conta da tecnologia. Os edifícios exibem mega projeções e transformam a cidade em uma galeria a céu aberto – Festival Chave do Centro –, exposições apresentam obras interativas – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica –, e aplicativos permitem a criação e venda online de obras de arte. Temos à frente um mundo em que a tecnologia faz a arte.
“A tecnologia é positiva tanto para a arte como para os artistas.” - Vivian Zepellini.
Para Vivian Zepellini, professora de arte e formada em Educação Artística pela Faculdade de Educação e Cultura Montessori, em São Paulo, os artistas abraçaram a tecnologia e as ferramentas existentes. “Nos apropriamos das mudanças tecnológicas e transformamos em possibilidade de criação artística. Quanto maior a quantidade de tecnologia, mais ilimitada fica a ação do artista”, ela explica.
Hoje, não é mais necessário o pincel e a tela para criar, diversos artistas trabalham com smartphones, aplicativos, e repensa a arte e a sua função. “A tecnologia influencia na evolução da arte, e o artista sempre precisou se transformar”, conclui Vivian.
“Há artistas que começaram a fazer arte digital devido ao uso do Instagram e Snapchat, pois enxergaram potencial nos recursos e filtros disponibilizados nos aplicativos.” - Vivian Zepellini.
No começo, a tecnologia assustou os artistas e os fez pensar que a arte estava com os dias contados, mas percebeu-se que as novas técnicas também tinham suas limitações, como a fotografia. “Os artistas começaram a pintar além do que os olhos podiam ver. Foram instigados pelo desafio de se igualar a fotografia e se especializaram em produzi-las”, esclarece a artista.


Democratização da arte
Quando apenas se tinha acesso à arte em museus, um público específico conseguia consumir as obras da história: a elite. Assim, a arte era alimentada e consumida por essa classe, sendo também entendida e interpretada por estas pessoas.
No Brasil, ainda é grande a falta de interpretação correta da arte ou até mesmo o interesse em entendê-la. Porém, com os recursos provenientes da tecnologia, temos acesso à este conhecimento e, principalmente, à arte em si.
Pela internet conseguimos visitar exposições online, conhecer a história de artistas, comprar e vender quadros, e até mesmo reproduzir um quadro utilizando aplicativos. A tecnologia trouxe democratização para a arte, ajudando a registrar o passado, o presente e repensar o futuro.
“Artista é toda pessoa que encontra por meio da linguagem artística uma forma de se expressar.” - Vivian Zepellini.
E para mostrar ao leitor como é possível fazer arte pela tecnologia, selecionamos 9 aplicativos para a criação de suas obras com a opinião de alguns usuários:
1. Google Art & Culture
Permite que usuários vejam coleções de arte disponíveis em museus do mundo todo em imagens de alta resolução. Além de conteúdo sobre informações importantes da obra, a experiência é quase tão real quanto visitar as peças pessoalmente.
“Um mundo de cultura e arte na palma da mão. Obras organizadas por período e fato histórico, sendo possível fazer um tour por museus do mundo inteiro. Que obra de arte esse aplicativo.” Levi Germano

2. Art Set
Com um jogo de tintas, pastéis, giz de cera, lápis de cor e canetas, é possível criar novas imagens ou inovar as já existentes, acrescentando texturas e mesclando cores.

3. Chromaldry
É possível transformar suas fotos em imagens preto e branco, acrescentado pigmentos e texturas de maneira alternativa.


4. Colorfly
Inspirado nos livros de colorir para adultos, esse aplicativo tem o mesmo propósito, aliviar o estresse ao colorir formas com uma gama de tons e cores que o aplicativo disponibiliza.
“Aparentemente é bem melhor que outros aplicativos semelhantes. Pelo pouco que utilizei gostei bastante, porém nem todos os desenhos estão desbloqueados.” Vanessa Alves



5. Field
Ao utilizar a câmera de seu dispositivo, as imagens fotografadas refletem as luzes e cores captadas no ambiente, transformando-as em tons, sons e padrões geométricos.

6. Brushes
Faça sua própria pintura com vários tamanhos e ajustes de pincel, simulador de pressão, opacidade ajustável e camadas de cores.

7. Autodesk SketchBook
Possui ferramentas para esboçar e fazer pinturas, tendo a opção de múltiplas camadas gerenciáveis, uma galeria para guardar o projeto em andamento e um suporte para armazenar e acessar suas telas em diferentes dispositivos.
“Eu era apaixonado pelo aplicativo, mas a última atualização mudou tudo. Desde a aparência dos pincéis como a forma que eles se comportam.” Kaleb Gabriel

8. WYDR
Compre e venda quadros online com apenas um deslizar do dedo para a esquerda ou para a direita. Ao todo, 1.200 artistas postam seus trabalhos na plataforma com a finalidade de vendê-lo a algum dos 30.000 usuários que o baixaram.



9. Brushes
Grave amostras de som para depois executá-las como uma mixagem. O programa oferece oito teclas coloridas na tela e cada uma tem localizado no centro um ícone de microfone. Ao tocar nele, o usuário começa a gravar um som que vai ser simbolizado por aquela cor. O software, no entanto, não possui uma opção de salvar/compartilhar a mixagem.

MUSEU DA ERA DIGITAL

Flávia de Oliveira
Filas, ingressos e horas de contemplação.
Não que esta forma de expor arte esteja defasada... Claramente não está. Caso contrário, não existiriam mais os célebres museus renomados e nem interesse sobre os milhares de anos de histórias e História que eles guardam.
Mas, num mundo em constante mutação, conectado por uma rede perfeitamente visível na sua invisibilidade, estão as mídias sociais. Essas plataformas, muitas vezes julgadas por visões maniqueístas, acabaram, quer se queira ou não, mudando as relações humanas nos últimos tempos. Aí entram em cena...
Perfis, seguidores, likes e comentários.
Uma vasta gama de redes sociais para todos os gostos e utilidades torna-se protagonista do dia a dia de quem utiliza smartphone e, de repente, lá está criado o espaço para aqueles que outrora - caso tivessem nascido alguns anos antes - precisariam reunir esforços, espaços e contatos para expor seus trabalhos- não que não precisem mais fazê-lo hoje, mas de outra forma.
É o que acontece com a Paula Chimanovitch, 22, autointitulada artista plástica e tatuadora trash, que encontrou sua “galeria virtual” no Facebook e no Instagram. Com Guernica, de Pablo Picasso, como inspiração máxima, Chimanovitch conta que desde muito jovem a arte sempre foi algo muito fluído para ela. Contudo, isso não evitou que, certo dia, ainda criança, surgisse uma dúvida.
Desde que descobriu que sim, ela teve que enfrentar algumas inseguranças e, depois de hesitar entre Direito ou Medicina, acabou prestando Artes Visuais. Continuou com seus desenhos e, há cerca de cinco meses, virou tatuadora – das suas próprias obras -, tendo marcado até hoje, cerca de 60 pessoas com “símbolos e elementos que investigam a história do meu corpo, dos corpos”.



Paula

“Quando tinha uns cinco anos, eu perguntei à minha mãe se tinha gente que vivia de arte”.
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Patrícia Leda, 24, por sua vez, descobriu a paixão pela arte quando estava na faculdade de Publicidade e Propaganda.
Contemporaneamente, Patrícia criou um perfil com seus trabalhos no Instagram, numa época em que a rede social ainda não era muito popular e batizou-o de Sublinhando. Hoje, com mais de 50 mil seguidores, ela conta que não foi fácil chegar até aqui, “No começo foi bem difícil para as pessoas entenderem o que eu fazia e me encontrarem lá na rede social. Mas com o passar do tempo, elas começaram a se identificar e o crescimento foi natural”. Com desenhos digitais em cores pastéis, inspirados nos momentos de vida de Patrícia e no que ela sente, vê e lê, o Instagram tornou-se o seu pequeno museu com coleções especiais e aberto ao público.


Patrícia

“Eu sempre me interessei mais pela área de criação, e foi quando eu comecei a trabalhar com Direção de Arte que senti que era melhor com o meu lado criativo”.
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Não se sabe o que vem por aí, mas o modo como as mídias sociais revolucionaram a forma como os artistas interagem entre eles, com seus públicos, instituições e até mesmo governos, veio para ficar. Num momento em que sites como o Artsy fazem artigos sobre “como cair na graça dos colecionadores no Instagram”, é certo que o artista que não se expõe na internet, pode cair - sem querer- do barquinho.
QUEM SOMOS NÓS?
Olá!
Somos alunos de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo e prezamos pela alegria de contar boas histórias! Estamos juntos desde o início do curso e com a chegada de novas pessoas importantes esse ano, agora nos sentimos completos.
Colegas de aula e trabalhos, mas acima de tudo AMIGOS. Estamos sempre ajudando uns aos outros e nos apoiando em busca do mesmo objetivo: (se formar) O bom Jornalismo!
Conheça agora um pouco mais de cada um de nós! Somos todos importantes.
Jornalismo, União e Abundância.
Alexandre Leoratti – O Talento
O Alê é um jornalista nato. Tem a aptidão e a percepção necessárias para se tornar um grande profissional. Ciente de sua importância, estava sempre disposto a ajudar a todos, para que conseguíssemos realizar mais esse projeto.
Apesar de seu discreto desespero em algumas “brainstorms”, o Alê contribuiu sempre com boas ideias e para o site produziu nossa matéria de cunho político.
Fábio Groeschel – A Harmonia
Com seu perfil agregador, o Fábio teve como principal responsabilidade deixar essa turma unida e feliz.
Seja com seus comentários pertinentes ou sendo o alívio cômico de todas as reuniões, ele teve participação ativa nesse projeto e ainda sobrou tempo para produzir a matéria de viés econômico para o site. E também marcou presença nas produções do documentário e rádio jornais.
Fernanda Bozolo – A Resiliência
A Fê, ao lado da Gi e da Tha, juntou-se a nós esse ano e agregou demais!
Provida de uma disposição invejável, Fernanda estava sempre pronta para topar qualquer parada, principalmente se a missão fosse a confecção de alguma matéria ou relatório, ela tem o dom da escrita!
Como participação no site, deu seu toque e produziu a matéria sobre Arte e Tecnologia.
Flávia de Oliveira – O Carisma
A nossa querida portuguesa, mais conhecida como Fly, está sempre ligada nas redes sociais e nas novidades do mundo! Possui um charme natural e um grande talento para a comunicação e utilizou muito bem todos os seus atributos para o bom proveito do grupo.
Fly roteirizou nosso documentário e desenvolveu o tema da Arte nas redes sociais. Além disso, é a principal precursora do mantra da Abundância em nossa equipe.








Giovanna Favero – A Força
A Gi, com sua alegria, é capaz de cativar todo mundo! E foi assim que ela trouxe força e confiança ao grupo, além de muitas ideias e sugestões. Sempre que a equipe estava preocupada, ela aparecia para tranquilizar a todos. E não é que deu certo?!
Em nossa revista, ela ficou responsável por mostrar a importância da Arte na educação e também teve participação em todos os nossos projetos.
Ivi Garcia – O Coração
A Ivi é provavelmente a principal responsável pela união desse time. Sempre lutou para que nos mantivéssemos juntos pois confiava no resultado que poderíamos alcançar. E estava certa!
Contando com sua grande sensibilidade, é quem cuida de nossas pautas mais “humanas” como saúde, cidadania...para a nossa revista eletrônica não seria diferente. Desenvolveu a pauta mais sensível do site.
Julia de Paula – A Criatividade
A Julia é o “olhar além” do grupo! Responsável pelas edições, captações de imagens e artes finais, Julia domina esse mundo do “backstage” que ela tanto adora. Foi a criadora e desenvolvedora do nosso site.
Não satisfeita, ainda produziu a pauta sobre Arte como crítica social. Tá bom ou quer mais?!
Sara Alves – A Sabedoria
Sarinha representa a inteligência no nosso grupo. É a pessoa mais centrada da equipe e isso é um ótimo recurso!
A sua forma de trabalho serve de inspiração a todos nós e, à sua maneira, foi crucial para o desenvolvimento desse projeto. Foi a responsável pela produção do Perfil da artista que tem o grafite como dom, discutindo a relevância da mulher no mundo da Arte.
Thais Teles – O Equilíbrio
Responsabilidade. Comprometimento. Liderança. Organização.Todas essas palavras poderiam definir a Tha.
Sendo a nossa Líder, tendo todo o cuidado supervisionou todo o projeto, orientando e ajudando. Ainda foi a pessoa que produziu a nossa matéria principal para o site!
O que fica de conselho após esse projeto é: Apertou?! Chama a Tha!









